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Em 20 de dezembro de 1941, nascia o “Instituto Jundiaiense Luiz Braille de Assistência ao Deficiente da Visão” com o objetivo de alojar e profissionalizar pessoas com deficiência visual. A proposta partiu do professor Maestro Mario Chaves, que era cego e conhecia as necessidades acarretadas pela deficiência visual. Ele convidou amigos e deu início à entidade, que pretendia ajudar não apenas moradores de Jundiaí, mas de toda a região.

Na época, a profissionalização consistia na confecção de vassouras, espanadores, escovões e outros utensílios utilizados na limpeza doméstica. Os produtos eram vendidos e o dinheiro revertido para a compra de material e para os assistidos. Anos depois, notou-se a necessidade de oferecer educação acadêmica e a entidade passou a contar com aulas sobre o sistema Braille e Atividades de Vida Diária (AVD), com foco no convívio social.

Tendo em vista a grande procura de assistidos em idade escolar, foi contratada a professora sra. Vera de Souza, formada em Educação Especial para Cegos pela Faculdade Caetano de Campos. Com esta contratação, a entidade acelerou o processo educacional e promoveu a integração, pela primeira vez no Estado de São Paulo, de crianças com deficiência ao visual ao ensino regular.

Dado o primeiro passo no sentido de habilitar e reabilitar pessoas cegas, o Braille partiu para uma conquista maior: atender pessoas com baixa visão. Para isso, mais uma professora foi chamada para a entidade. Com estas contratações, a entidade, que se mantinha com grandes dificuldades, passou a divulgar seu trabalho na imprensa local, mostrando a importância humana e social das ações, em busca de apoiadores à causa.




Avanços

Foi então que assumiu a presidência da entidade o senhor Marino Mazzei, que buscou ampliar os trabalhos, por meio de novas contratações. Nessa época, a professora Vera já havia deixado o ensino de cegos e foi contratada a professora Francisca de Lourdes Lara Camargo, então assistida da entidade. Além dela, havia uma secretária, uma assistente social e uma psicóloga, que recebiam seus vencimentos por meio de contribuições de associados, doações e verbas oriundas dos órgãos municipais.

No mesmo período, o Instituto Luiz Braille recebeu a visita da Missão Evangélica Alemã (CBM). O grupo ajudava financeiramente entidades voltadas para a deficiência visual, com o objetivo de desenvolver uma proposta de trabalho e integração social. O Braille foi contemplado com a ajuda e passou a receber mensalmente dez mil marcos alemães, o que contribuiu de forma eficaz para o desenvolvimento de um trabalho intensivo voltado para a integração familiar, escolar e social das pessoas com deficiência visual.

Os avanços eram muitos, mas ainda havia uma parcela de assistidos que não era atendida: as pessoas com deficiência múltipla. Por este motivo, o presidente senhor Marino Mazzei montou a primeira equipe multidisciplinar, para atendimento de pessoas com deficiência visual total ou parcial, baixa visão e deficiências múltiplas. A equipe cresceu e passou a contar, além do serviço social e da psicologia, com profissionais das áreas de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, que atuavam em conjunto com as professoras de Braille e de baixa visão.

As dificuldades financeiras continuavam grandes e toda divulgação era uma súplica para que a entidade não fechasse as portas e pudesse continuar com seu objetivo, ampliando ainda mais essa integração que já era motivo de reconhecimento por parte de moradores de Jundiaí e da região.

Apoio

Imbuído de espírito de luta, o presidente senhor Marino Mazzei e a professora Francisca de Lourdes procuraram a ajuda do Rotary Club Jundiaí Leste, buscando angariar novos companheiros para dar continuidade à missão. Foram muito bem recebidos por todos e, juntos, pensaram em novas condições para dar suporte ao trabalho do Braille. Um ano depois, o senhor Marino Mazzei veio a falecer e deixou a entidade aos cuidados do amigo senhor Rafaelle Ranalli, que sempre contou com a colaboração de seus companheiros rotarianos.

Com o senhor Rafaelle Ranalli chegaram Giovane Dodi, Antonio Finati Pacheco, professor Paulo Mongelli e Hissahi Torigoi. Todos, com dinamismo e coragem, conheceram o que era o trabalho de reabilitação e as verdadeiras necessidades de uma população que até então era marginalizada. A necessidade premente da construção de uma nova sede para a entidade levou o senhor Rafaelle Ranalli a pedir ajuda de mais pessoas importantes para a história do Braille.

Construída a nova sede, o Braille decidiu implantar, em suas dependências, a Oftalmologia do Município de Jundiaí. Foi assim que em 2003, sob a presidência do senhor Dr. José Carlos de Lima, governador 2010-2011 do Distrito 4590 do Rotary Internacional, foram criados os primeiros consultórios do Ambulatório Oftalmológico Municipal. Paralelo a isso, a Reabilitação seguia incluindo e formando indivíduos capazes de prover o próprio sustento e constituírem suas famílias.

Atualmente, o Braille conta com um prédio de ambulatório oftalmológico e um centro cirúrgico e é credenciado como Hospital Dia para atendimento em Oftalmologia, além de abrigar a Residência Médica em Oftalmologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí. Pelos méritos conquistados pela Reabilitação, reconhecida em todo o Estado de São Paulo, tornou-se ainda uma Unidade de Referência em Serviços de Reabilitação Visual.

Recentemente, o Braille assumiu o serviço de urgência e emergência de Oftalmologia do Hospital São Vicente de Paulo. O serviço em questão contempla apenas os pacientes de Jundiaí e funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.